19/05/2013

Prazo de validade



Silêncio.

Não era bem assim que eu costumava lembrar da gente. Nem no começo, logo que nos conhecemos. Você me mandava sms de bom dia, boa tarde, boa noite e eu te falava sobre como tinha sido meu dia e sobre como minha vida estava e o que estava por vir em algum tempo.

Às vezes, durante a madrugada mesmo, você me ligava e apesar de tentar falar baixinho para não acordar a casa toda, você sempre dava um jeitinho de me fazer rir e passávamos o resto da manhã jogando conversa fora, como bons amigos fazem. Mas é o que dizem por aí.

Tudo muda o tempo todo.

Estávamos cada vez mais próximos e nem de amigo eu te chamava mais. Você adquiriu "amor" ao seu nome e meu bem, não foi ironia da minha parte. Eu realmente amei. Conversávamos dia e noite sem intervalos, era como se nossos assuntos não tivessem fim e por mais inúteis que fossem, um queria estar ali para o outro.

Nem que fosse só para ouvir o timbre da voz.

Mas parece que relações fortes assim têm prazo de validade.

De uns tempos para cá, parece que nunca fomos do mesmo mundo ou que nunca vivemos a mesma realidade (juntos). Você não se encaixa nos meus planos e eu estou sonhando alto demais para manter os pés firmes no chão, ao lado dos seus.

Hoje em dia eu mal te vejo, a gente mal se fala e quando meu celular toca, no máximo é a minha operadora enchendo o saco. Quando foi mesmo a última vez que nos vimos? Ah claro, foi aquele "encontro" por acidente na rua do meu trabalho, falamos "oi", "e aí, como anda a vida?" e murmuramos as respostas ou algo parecido com uma resposta. E, de repente, o silêncio tomou conta e não tínhamos mais assunto. Como se todos aqueles assuntos do passado já tivessem vencido o seu prazo de validade.

Agora você só é mais uma combinação de 8 dígitos na minha agenda.


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