O que eu escrevo no papel

Dia desses, joguei fora meu caderno de anotações. Eu meio que estava precisando de uma “faxina” nos meus sentimentos. A maior parte das coisas escritas ali eram bobagens, coisas de gente que se dizia apaixonada. Mas não estava. Acho que nem uma garota de quinze anos escreveria aquilo em seu diário. Pois é, foi para o lixo.

As folhas da agenda, a tinta da caneta e os sentimentos.

Espera. Eu disse que joguei todos os sentimentos fora? Não, não disse. Eu guardei um pouquinho (só um pouquinho). Acho que gosto dessa sensação de “amores não resolvidos barra amores platônicos”, tenho um bocado deles escondidos na última folha do meu caderno, espalhados pelos meus textos que escrevo todas as madrugadas, quando já pensei demais para entende, quando já estou começando a achar que não sou tão sensível quanto pensei que fosse, porque afinal, eu não deveria estar escrevendo textos com todo esse drama, simplesmente deveria estar resolvendo essas histórias. Ok, eu não consigo resolver nem o que vou almoçar e vou conseguir resolver meu coração? É, não sei também! Prefiro jogar no papel. Respiro fundo e penso: “Começa com letra maiúscula, termina com ponto final e no meio é seu coração”. Respiro fundo mais uma vez.

Acho que dá certo.

Ontem mesmo fiz isso, acabei com 7 folhas em menos 10 minutos. No fim? Só tinha drama, amor e um pouquinho da mesma história que eu insisto em repetir. Eu sei, palavras sozinhas não provam nada, minha agenda que joguei fora também não fez tanta falta. Afinal, o que vale não é o que eu escrevo no papel, mas o que sinto com o coração...

Respiro fundo. Novamente.