25/08/2013

Dezenove


- Agora eu entendo porque você odeia tanto assim a Taylor Swift.

Era uma conversa de duas amigas, não eram as melhores amigas, não eram amigas de infância, nem eram amigas de longa data ou algo do tipo. Eram somente amigas. E como é de se esperar, quando duas mulheres se juntam para conversar, só pode rolar três tipos de assunto: Fofoca, sapatos. E ah claro, amor. Não era diferente, dessa vez já tinham colocado a fofoca em dia, falado sobre os sapatos novos da Schutz e adivinha o que havia ficado para o final?

- Entende é? Por quê?
- Porque você é exatamente igual á ela!
- Você tem problema nessa sua cabeça?

Analisou os olhos pretos furiosos da amiga, editou umas palavras em sua mente de uma forma que não a chocasse ao dizer a verdade:

- Você se apaixona quase que na mesma proporção que ela, quebra a cara e depois escreve tanto quanto ela. Acho que no fundo, você se identifica tanto com ela que até tem medo. E acha que é ódio.

Aquelas palavras pareciam uma faca. Respirou fundo. E pela primeira vez largou o orgulho de lado.

- Digamos que essa teoria seja verdade. Mas eu continuo não gostando dela.
- Não estou pedindo para você gostar. Só quero que você enxergue um palmo a sua frente. Vocês são iguais, exatamente iguais.
- A diferença é que meus romances ficam aqui. – Apertou o coração.
- A diferença é que você não sabe tirar daí.

Ela sabia, só tinha medo.

- Vai me dizer que cada linha do que você escreve não é para alguém?
- Cada letra. – Teve uma pausa para encontrar as palavras certas. – Eu não gosto de ser assim, tão sensível e quebrável. Poxa, eu já devia ter aprendido. Eu ainda sou do tipo que escreve, que sofre e que se machuca. Eu ainda sou essa mesma trouxa que em todas às vezes vai acreditar que vai dar certo. Mas nunca dá. Achei que fosse vantajoso fazer dezenove.
- E por que não seria?

Pensou em suas expectativas.

- Não que eu esperasse que á meia noite houvesse um “plim plim” e eu parasse de ser trouxa, mas...
- Epa, não você não é trouxa.
- Não mesmo, sou fraca.
- Corajosa. Você mergulha de cabeça nas suas paixões, não se deixa influenciar pela razão. Ouve seu coração sem medo de dar errado mais uma vez. Você tem algo lindo, que muita gente perde no meio do caminho: Esperança.
- Aí dá errado e a idiota aqui escreve um livro inteiro para um cara que nem sente nada.
- Pelo menos você sente. Mas relaxa, você só tem dezenove primaveras, ainda tem muitas histórias para escrever, muitos corações para se apaixonar... – Pensou em algo que confortasse – Esse é seu gás para escrever, esses amores que você trás no peito.
- Já ouviu falar que quem não é sensível sofre menos? Eu devia seguir essa lógica.

- Uhuun. E você já ouviu falar que quem é sensível sonha mais e ama mais? 


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