06/12/2011

Platônico: O amor de plástico.



Eu era pequena, não me lembro. Mas minha mãe disse que desde aquele tempo eu já era louca por música, tocava uma música no rádio e eu já corria cantar e dançar, mesmo que não soubesse a letra ou o ritmo. Era meu jeito de ser feliz.

Naquela época, minha banda favorita era  "Mamonas Assassinas", eu tinha guardada comigo, vários recortes de revistas com fotos dos integrantes da banda, eu me imaginava lá com eles, e mesmo tão pequena e inexperiente, eu já dizia que os amava, os amava mesmo sem conhecer o amor, propriamente dito. Um dia, notei que estava passando vários clipes dos Mamonas na TV, fiquei feliz, na verdade, feliz demais! Nunca havia visto tantos clipes juntos, dancei e cantei como nunca havia feito antes, era meu show particular, era minha banda restrita. Minha felicidade permaneceu até perceber que aqueles clipes se tratavam de uma homenagem pela morte dos meninos. Entrei em pânico, chorei.. minha felicidade se foi junto com a alma deles, minha alegria foi enterrada num tumulo. Prometi a mim mesma nunca mais amar.

Eu me sentia realmente como se tivesse sido traída, o amor da minha vida havia me deixado e não quis me levar junto. Era uma facada no meu peito. Perguntava para minha mãe como tamanha injustiça era possível, ela tentava me acalmar, mas eu não conseguia, toda calma, compaixão e amor que existiam em mim, haviam morrido. E desde tão pequena eu tive que lidar com perdas.

Anos se passaram e eu esqueci essa fase tão difícil, era como se Mamonas Assassinas nunca tivessem entrado na minha vida. Nesta fase de minha vida, eu gostava de "Bon Jovi", talvez daí nasceu minha paixão pelo rock. Conheci a banda acidentalmente, foi amor á primeira vista.

E como toda adolescente histérica, eu enchi meu quarto de pôsteres de Jon Bon Jovi. Eu amava suas músicas, eu amava seus clipes, eu o amava.. podia-se dizer que eu era sua maior fã. Era o amor da minha vida. A cada música, meu coração saía pela boca e eu pulava como se assim ele pudesse me ver, mesmo à quilômetros de  distância. Mesmo sendo invisível, eu acreditava no meu amor, acreditava que poderia ser correspondida, acreditava que um dia poderia ter Jon Bon Jovi só para mim. Meu, apenas meu.

Até que um dia acabou.. eu já não sentia mais nada, e era normal. E percebi que esses amores são amores de plástico, não são verdadeiros. Vão e vem e a gente nem se dá conta. Nem sente falta.


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