05/11/2011

Cartas para ele...




             Estava decidida!
             Agora ou nunca.
            Sempre amou intensamente, porém, havia guardado esse sentimento só para ela, dentro de si durante meses. Até começar a doer. Quando via quem julgava ser o amor de sua vida, seu coração disparava, seu estomago tremia como se tivessem borboletas lá, sua mente mal raciocinava corretamente, sua mão suava frio. E o pior. Não conseguia esconder isso.
            Todos tinham conhecimento do que ela sentia. Menos ele. Todas as vezes em que tentou contar, abrir seu coração, senão lhe faltavam as palavras, sua garganta insistia em prender a passagem da voz, e ela fazia papel de boba na frente dele.
            Estava decidida!
            Agora ou nunca.
            Derrubou umas 10 árvores até escrever uma carta perfeita, desprovida de quaisquer erro. Ela admirou sua caligrafia perfeita sobre o papel perfumado, nunca havia escrito tão delicadamente perfeito como via naquela carta. Era uma carta comum de amor, começava  timidamente como qualquer outra carta do tipo:
            "Não sei como começar, dizer que te amo, assim, logo de cara é muita coisa?"
            Escrevia da forma mais estabanada que encontrou.
            Tão ela.
            A carta prosseguia de forma tão natural e ao mesmo tempo tão cheia de sentimentos, que mal dava para notar o nervosismo que ela colocou a cada palavra escrita:
            "... as pessoas não são obrigadas à gostar umas das outras, muito menos da forma que eu gosto. Amor. Não sei o que dizer em situações como essa, parece que é tão grande o amor que sinto, que palavra alguma caberia aqui para demonstrar o que sinto... "

            [...]


            "Termino esta carta não te pedindo para que me ame, mas que me entenda, que me aceite como eu sou, sem restrições por causa do sentimento vindo da minha parte. Te amo."

            Selou a carta com um colante de coração, era a carta mais cheirosa e mais perfeita já vista na vida dela. Estava orgulhosa de si. Porém, em um ato de covardia, desistiu de escrever o nome em "remetente", decidiu deixar em branco, talvez assim, ele deduziria quem à havia escrito. Muito ingênua da parte dela. Homens não tem tal sensibilidade.
            Senão bastasse ter sido covarde na hora de não colocar o próprio nome, decidiu não entregar a carta em mãos, por medo da reação da parte dele. Ela colocou a carta direto na caixa de correio da casa dele. Escondeu-se e esperou que ele pegasse.
              Ficou ali por horas, até ele pegar. Entrou para casa com a carta nas mão.
           
             Durante dias ela conversava com ele esperando surgir algum assunto sobre a tal carta. Ele nunca comentou. Durante meses, ela fazia a mesma coisa, leva cartas á ele. Nunca escrevia o remetente, nunca perguntava para ele absolutamente nada.
            Certa vez, ele confessou á ela que estava perdidamente apaixonado por alguém. Ela ouvia ansiosa esperando que ele dissesse que amava a garota das cartas. Mas ele não disse. Por outro lado, disse que se quisesse seguir seu coração teria que se mudar dali. Ir atrás de seu grande amor..
Duas semanas depois, ele se mudou para outro país. Do outro lado do continente.
Eles nunca mais se falaram.
As cartas. Ela nunca mais escreveu. Sentia-se vazia.
Alguns meses depois da ida do amado, o inesperado aconteceu: Pelo menos uma vez por semana, chegava uma carta para ela. Sem remetente. Um das cartas, dizia:
"Nunca receberei mais minhas cartas, estarei eternamente longe da minha amada. A dona das cartas. Mas nada me impede de envia á ela, cartas minhas. Retribuir á ela, todas as que ficaram sem reposta.
Eu tive que seguir meu coração, me afastar do meu grande amor, para que não acabasse com a amizade que era maior que tudo. Era tudo o que eu tinha. Se eu retribuísse o amor á você, não seria suficiente, não seria completo. Me afastei, mas as cartas trouxe comigo, as leio á todo momento, é uma forma de me aproximar do seu coração. Estamos unidos assim, esse é o nosso amor. Te amo."

1 comentários:

Izabela Marques disse... [Responder comentário]

*---* perfeito esses textos tipo historinhas!

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