30/10/2011

Surpresa!



Olha como eu sou uma pessoa muito boazinha, resolvi disponibilizar um dos capítulos no meu livro .. Claro, não é um capítulo inteiro!

...

CAPÍTULO 18

ARMADILHA

            Pedi para que ele dormisse porque eu tinha certeza que ele precisava muito disso. Eu com meu "vampirismo estranho", caí no sono também.
            - Eu tenho nojo de você! Sua monstra! - Era o que todos diziam por onde eu passava.
            Apesar de saber que aquilo não passava de um pesadelo, eu não tinha a mínima idéia do que fazer para acordar, estava presa naquilo. Foi quando Bernardo apareceu no meio da multidão que me linchava, ele estava vestido de noivo. Lindo. Perfeito. Eu me olhei, percebi que também estava linda, vestida de noiva, sorri ao perceber que era meu, nosso casamento. Andei em direção á Bernardo, mas ele recuou com alguns passos para trás.
            - O que foi amor? - Perguntei confusa com a reação dele.
            - Sua monstra! Eu tenho nojo, muito nojo de você! - Ele se juntou a multidão que gritava cada vez mais alto.
           
            Assustada, acordei desesperada, chorando e vi que Bernardo ainda dormia no sofá, que ficava do outro lado do quarto. Escutei meu celular vibrar sobre o criado mudo, estiquei meu braço e o peguei, era uma mensagem da Milena:

"Oi Gabi!!
     Ai, que saudades! Eu não suporto mais nenhum minuto ficar longe de você, quero voltar a ser sua amiga, ser sua melhor amiga! Se quiser fazer as pazes, vá até o ginásio da escola. Por favor, vai sim! Beijos, Mi"

            Fiquei sem saber o que fazer, eu queria ir e fazer as pazes com Milena, mas como eu chegaria no ginásio da escola? Se eu ao menos sabia onde se localizava aquele hotel. E eu não podia deixar Bernardo ali, ele ficaria louco com meu sumiço, de alguma forma, teria que avisá-lo.
            Eu andei de um lado para o outro no quarto, até decidir algo. Peguei uma roupa, que nem vi qual era, sentei no sofá ao lado da cabeça de Bernardo e comecei a fazer carinho em seus cabelos.
            - Huuuuum... - Ele se espreguiçou. - Nossa! - Sorriu largo.
            - O que? - Não sorri.
            - Acho que estou sonhando, porque sempre quis acordar assim, com você aqui, pertinho de mim. - Ele se inclinou e me beijou rapidamente. - Porque você está tão arrumada? - Ele disse depois de me analisar cuidadosamente.
            Arrumada? Olhei para minha roupa, e sim, estava bem arrumada.
            - Você me leva ao ginásio da escola? - Percebi que ele não gostou do meu pedido.
            - Para que você quer que eu te leve até lá? - Ele olhou no grande relógio dourado na parede. - E ás 6 da manhã?
            - É que a Milena me mandou uma mensagem dizendo que quer uma trégua, uma reconciliação.. - Mordi o canto da boca. -, eu preciso muito ir até lá.
            Eu sabia que ele não me negaria qualquer pedido.
            - Eu sei quer muito voltar á ser amiga dela, sei como você sofre com a falta de uma melhor amiga. Mas eu não estou com um bom pressentimento, acho que você não devia ir. Não hoje! - Ele apertou minha mão. - Deixa isso para outro dia.
            - Pressentimento? - Ele nunca me disse que sentia pressentimentos. - Mais um dom? - Se fosse, era injusto.
            - Não! É só uma coisa ruim. - Ele viu nos meus olhos que eu queria muito ir. - Deve ser bobagem da minha cabeça, esqueça o que eu disse! Vou me trocar e já vamos. OK? - Ele fez carinho na minha bochecha e sorriu, um sorriso preocupado.
            - Tá! - Eu devolvi outro sorriso, porém o meu era tranqüilizador. - Obrigada!
            - Que isso! O que eu não faço para a minha vampirinha preferida?! - Ele tentou disfarçar, mas eu o conhecia o bastante para saber que aquele pressentimento ainda o preocupava.
            Fomos bem rápido e quase chegando na escola, recebi outra mensagem de Milena:
           
            "Oi Gabi, eu quero te pedir uma coisa.. Não traga o Bernardo não tá? Vai ser melhor. Beijos. Te espero, Mi."

            Eu apaguei a mensagem e fiquei olhando para o celular, como se ele pudesse confirmar o pressentimento de Bernardo mais cedo. Em choque, joguei o celular no porta-luvas do carro.
            - O que foi? - Ele disse ao perceber que eu não estava bem.
            - Ela não quer que você vá! - Eu não pude, não consegui mentir.
            - Pois agora é que eu vou mesmo! - Eu sabia o grau de teimosia dele, tinha que subestimar, pois se ela disse que seria melhor sem ele lá, talvez seria mesmo. Porém, o que me encabulava era: O que aconteceria com Bernardo por perto? Senti um aperto no coração, que mesmo congelado, parecia estar lá, pesando no peito.
            - Eu preciso mesmo que você esteja lá, não sei porque, mas sinto isso! - Parecia que algo aconteceria, algo muito perigoso. Mal parecia que eu estava indo á uma reconciliação com a minha ex melhor amiga.
            - Você acha que ela ficaria desconfortável com a minha presença? - Ele concluiu.
            Era uma possibilidade.
            - Talvez!
            - Então ficarei do lado de fora do ginásio, qualquer coisa você me liga. OK? - O que poderia acontecer?
            Era paranóia nossa, certeza.
            - OK! - Concordei mesmo assim.
            Chegando no ginásio, hesitei para sair do carro.
            - Se você quiser, podemos voltar! - Era uma oferta irrecusável, mas eu seria covarde se aceitasse.
            - Não, eu sei que preciso ir, preciso passar por isso! - Eu estava tremendo. - Qualquer coisa te ligo. - Apertei o celular na mão esquerda. - Qualquer coisa. - Beijei ele rapidamente e sai do carro. Ele acenou e falou algo que não consegui entender.
            Abri o portão do ginásio de olhos fechado, respirei fundo, Contei até dez. Respirei mais fundo. Abri os olhos. Milena estava no centro da quadra, com a blusa que eu havia dado á ela no seu aniversário de 16 anos, na blusa estava escrito: "Best friends forever." Aquilo me fez concluir que o mal pressentimento de Bernardo era paranóia. Caminhei até ela.
            Lentamente.
            - Oi.. - Eu disse baixo demais para que ela pudesse ouvir.
            Para minha surpresa, ela reagiu de maneira totalmente diferente da qual eu havia previsto. Ela me abraçou, me abraçou tão forte como nunca havia abraçado antes.
            Nem quando éramos melhores amigas.
            Parecia tão sincero.
            Eu não consegui associar aquilo á ela, á antiga Milena. Ainda abraçada, notei que ela chorava e soluçava.
            - Me desculpe. Eu sei que você não vai me perdoar nunca, mas acredite.. - Ela estava desesperada, atropelava as palavras na hora de pronunciá-las.
            - Shiiiiu! - Eu a calei. - Eu te perdôo sim, eu esqueço tudo o que aconteceu entre a gente, eu te perdôo sim!
            - Não estou falando disso, até porque, se você me perdoar por isso, já não vai mais fazer sentido algum. Não temos mais tempo! Eu estou falando de outra coisa, na qual você não vai me perdoar nunca na sua vida... Me desculpa! - Ela parecia derrotada.
            Aquele monte de frases todas sem o menos sentido deram um nó na minha cabeça, e dava para ver em seus olhos que ela estava desesperada. Apavorada. Parecia ser algo grave.
            - Eu não estou te entendendo, está tudo muito confuso.. - Quando acabei de falar, escutei o portão do ginásio bater atrás de mim, certamente, agora eu e Milena estávamos presas ali, "Que ótimo!", pensei.
            - Há! Há! Há! Há! Enfim, consegui! - Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Rubi.
            Milena me olhou com cara de piedade, seus olhos diziam que ela estava sento forçada á fazer aquilo. Aquilo que eu ainda não entendia. Me virei para ver o rosto de Rubi, ela sorria, um sorriso triunfante, cintilante. Seus olhos, eram penetrantes. Hipnotizantes. Ela nem parecia a Rubi que eu conhecia, estava linda, sempre foi, mas agora estava muito linda, estava perfeita. Eu a encarei, enquanto ela sorria.
            - No que acha tanta graça? - Eu estava realmente curiosa.
            - A minha vitória! - Sua voz era vibrante.
            - Vitória? - Que vitória? Eu parecia estar em um sonho, um sonho esquisito, sem sentido.
            - É! - Suas respostas me deixava cada vez mais curiosa, pois não explicavam nada do que estava acontecendo.
            De repente, fui me sentindo muito frágil, com sono, fome, dores, eu parecia cega, as coisas ao meu redor perdiam a cor, eu não escutava muito bem. Não como antes. O chão rodava, e eu estava tonta. Aquilo me fez ir caindo aos poucos.
            - Como está se sentindo agora... HUMANA!? - Ela sorriu largo.
            - Hã? - Eu estava muito fraca, minha respiração estava muito acelerada, eu demorava muito tempo para processar as informações, estava tudo muito. Lento. Eu estava perdida na conversa.
            Seu rosto estava á centímetros do meu, ela sorria resplandecente. Sua respiração era uniforme, muito fria por sinal. Seus olhos brilhavam assim como seus dentes.
            - Humana! É isso que você ouviu! - Era quase um sussurro, e mesmo assim, sua voz pairava no ar, como um cristais se quebrando. - Ou você achou que fosse uma vampira? - Ela fechou a cara. - Ah! Me poupe!
            -Mas eu... eu... eu sou vampira! - Eu não sabia se podia dizer aquilo na frente de Milena, mas alguma hora ela teria que saber. Mas a questão era: Como Rubi sabia que eu era vampira?
            - Não, não é! - Ela gritou. - Quer que eu desenhe? - Ela brincou com a situação.
            - Bernardo me transformou, eu me lembro, me lembro perfeitamente de tudo.. - Me arrepiei só de pensar nas dores que senti naquela noite.
            - Se você é assim, tão vampira quanto diz, me explique como você faz para dormir, alimentar-se e até.. chorar?! - Ela sabia coisas demais sobre minha vida.
            - Eu.. Eu sou uma vampira meio diferente! - Esquisita, essa era a palavra certa. - E qual é o problema? Eu sei muito bem que eu sou sim vampira, porque eu lembro de quando Bernardo me transformou! - Eu olhei Milena que estava pouco atrás de mim, ela estava com uma expressão apavorada, aquilo tudo era demais para ela. Enquanto Rubi divertia-se com a situação.
            - Eu controlei tudo! - Finalmente ela disse algo mais concreto. - O seu namoradinho até foi lá.. - Seu tom era de deboche. -, mas eu tenho o dom de controlar á tudo e á todos...
            - Você está me dizendo que você também é .. - Eu precisava de alguns segundos para organizar meu cérebro. - VAMPIRA?
            - Sou! - Ela ainda sorria. - A mais poderosa de todos os vampiros existentes no mundo. Eu posso controlar, bloquear e mais umas coisinhas que não vem ao caso.
            - Já que você é isso tudo que diz, então explique porque eu não sou vampira? - Eu ainda não acreditava na possibilidade do meu vampirismo não existir.
            - Naquela noite em que o Bernardo foi até lá te transformar, só que ele não sabia, é que eu havia bloqueado o vampirismo dele, impedindo que o veneno dele, passasse para você. Então, ele só te mordeu como um humano, comum. - Ela não estava contando tudo direito, ou então, a mentira dela, não fazia muito sentido, porque eu havia sentido dores, e também havia sentido sede. Muita sede. - Você sentiu dores, mas foi simulação.
            - Até parece que você leu minha mente.
            - Parece que você não entendeu. - Ela gargalhou, - É, deve ser difícil ser burra! - Ela debochava de mim. - Continuando, eu posso sim ler mentes, posso fazer o que quiser, já disse, sou a maior e a melhor vampira!
            - Grande coisa! - Uma idiota, isso é que ela era. Percebi que estava brincando com fogo. Ela lia mentes.
            - Olha lá o que você pensa sobre mim, idiota é você. Insignificante. - Ela fechou a cara, mas não parecia estar muito atingida com meus xingamentos. - Voltando ao assunto, aquelas dores, foram um divertimentozinho meu, devo ter passado dos limites não é? Que ótimo!
            - E o sangue? E as lentes? - Ela era uma boa inventora de histórias, mas eu ainda não me sentia convencida.
            - Ah! - Ela bufou. - Mínimos detalhes. Qualquer um pode gostar de beber sangue, e você é bem esquisita mesmo. Já as lentes, ah! Eu sou ótima, mudei as cores dos seus olhos com a força do meu pensamento... até que você ficou "melhorzinha" com um olhar vermelho. Mas decidi que queria você mais normal, para não dar na cara né, aí parei de brincar!
            - Afinal, para que essa embolação toda? O que realmente você quer comigo?  - Eu já não estava entendendo nada mesmo, que diferença faria?
            - Resumindo...- Ela sorriu de orelha á orelha. - Matar você!

...
(A Última Gota de Sangue)
Pensa que acaba por aí ? Nãão! Tem muito, muito mais! Mas vocês vão ficar só na vontade.. sabe, estou sendo até bem boazinha em deixar vocês lerem um dos capítulos mais importantes do meu livro. Mas chega! Agora só em 2012!!!!

Espero que vocês tenham gostado !

2 comentários:

Pérola Santiago disse... [Responder comentário]

Nossa seu livro deve ser incrivel, quero ler ele quando for lançado... Dá uma passadinha lá no borboletamaquiada.blogspot.com

Elisandra Fernandes disse... [Responder comentário]

Já visiteii e adoreei *-*

é.. ele é bem legal (:

Postar um comentário

Olá, você gostou desse post? Comente, é muito importante para nós da Equipe Just Now! ♥