Parte 2

O seu cheiro ainda predomina naquele meu suéter favorito, aquele seu perfume tem um cheiro refrescante inconfundível. Ainda posso sentir o toque suave dos seus dedos sobre minhas mãos e depois brincando com os meus dedos. Antes de dormir, eu ainda penso no calor dos seus braços, eu ainda sinto a sua barba cerrada tocando de leve a minha pele e a sua respiração ofegante no meu pescoço. Eu sinto isso tudo, mas preciso esquecer.

Desde o começo eu sabia que seria um erro levar isso adiante, porque apesar de ouvir de várias bocas que combinamos e fomos feitos um para o outro, eu sei que isso não é verdade. Sou insegura demais, já você, ideal demais. Pessoas assim são só faísca, não pegam fogo.

Eu já fugi desse sentimento, já me corrigi quanto á isso. Mas você não facilita.

Eu não te entendo, um dia você é quente, noutro é frio. Um dia você ouve minha música favorita para me impressionar, noutro zoa minha playlist. Um dia você parece ser o cara da minha vida, noutro só mais um. E eu não sei o que eu quero que você seja. Talvez os dois. Não gosto de você tentando ser perfeito, mas também me incomoda seu canalhismo forçado.

Você não me prometeu nada, não criou expectativas e não há motivos para que eu me decepcione. Ou me machuque. Mas eu saí da defensiva por um segundo e me perdi em você, agora não sei mais como recuar. Uma idiota mesmo. Não me venha com esse sorriso torto que me deixa maluca, não me venha com essas mãos brincalhonas ou essa voz de locutor de rádio – você já me ganhou, entende? Por mais que eu queira, você não sai dos meus planos. (Continua...)

(Leia a primeira parte aqui).