09/12/2012

Só mais uma carta para o mesmo destinatário



Eu ainda sinto o seu cheiro pelos cantos da casa, ele ainda é forte no seu travesseiro, esse cheiro inconfundível e que me deixa ainda mais com saudade de você. Eu ainda lembro de todas as nossas conversas e de todos os nossos sorrisos, lembro o que falamos e fizemos em cada lugar, aliás, em todo lugar, onde quer que eu vá, há um pedaço de você lá. E isso me mata por dentro. Lembro do seu beijo todos os dias, lembro do quão protegida eu me sentia em seus braços.

E agora me sinto totalmente perdida.

Faz tempo que eu não "durmo de verdade", que eu me engano toda noite com o pensamento "hoje eu não vou chorar!", mas é impossível, o seu lado na cama está vazio e não tem ninguém que vá preenchê-lo. Seu travesseiro padece sozinho ao meu lado, que por sua vez, padeço sozinha. Aos prantos. Não facilita nada rezar toda noite para sonhar com você, pois só me dá ainda mais saudades, saudades de ouvir, sentir e amar você.

Não tem mais graça ouvir música alta, não tem mais graça dançar no quarto, se você não estiver lá para falar que sou péssima dançarina, não tem graça ir fazer compras, se você não está lá para dar a suas opiniões idiotas, não tem mais graça comer pipoca e beber refrigerante assistindo filmes baixados em péssima qualidade da internet, se você não estiver lá para ficar me mordendo enquanto eu queria realmente "assistir", nada tem graça.

Não sem você.

E de todas as outras cartas que eu escrevi, eu tentei ser forte, eu tentei dizer que eu estava perfeitamente bem sem sua presença aqui, se não me engano, menti dizendo que havia ido ao cinema na noite anterior e me divertido muito com uns amigos. Mas o que você não sabe, é que nem amigos eu tenho, estou completamente sozinha, desde que você se foi, eu não tenho mais chão, foi me tirado o ar e a beleza da vida. Só me restou essa dor insuportável no peito, que cresce e cresce a cada dia mais. De todas as cartas que eu escrevi, eu não te mandei uma sequer, por medo, orgulho ou até mesmo por insegurança. Mas a cada palavra que eu escrevo, todas gritam "eu te amo, te amo muito!", é, sou uma burra mesmo, só escrevo essas cartas achando que vou ter sorte e você assim do nada criar super poderes e ter uma telepatia incrível e decifrar o que cada carta que está embaixo do meu colchão está escrita.

Na verdade, eu só queria que você tivesse o super poder de me amar novamente.


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