28/08/2012

Entre as prateleiras de uma biblioteca



No meu calendário, consta 6 anos. No meu peito, 6 segundos. A dor daquela faca cortando meus pulsos ainda dói. 6 anos depois. Não sangrou, nem abriu ferida, apenas abriu um buraco enorme do lado esquerdo do meu peito.

No momento em que meus lábios se movimentaram e aquele "não" saiu gélido, mas em alto e bom tom, meu coração palpitava ansiando para que eu me jogasse nos seus braços, gritasse "sim" até você entender que eu era sua. Mas não pude. E não o fiz.

Tentei por 6 anos convencer á mim mesma que foi o melhor á ser feito. Afinal, passei 6 anos da minha vida escondida entre as prateleiras de um biblioteca tentando curar a minha dor, lendo a dor de outras pessoas, pessoas inexistentes, personagens fictícios de livros fúteis. Dores que não eram reais, não passava de letras sobre o papel.

E foi em uma quinta-feira, quando eu acabava de ler o último livro da minha coleção preferida - aquela com sonetos arrebatadores - ao tirar os olhos das páginas amareladas, você estava lá. Tão igual e tão diferente. Era o mesmo de 6 anos atrás, já não usava aquele moletom do seu time, mas ainda tinha aqueles cabelos desgrenhados e o meio sorriso que nunca encontrei em livro algum.

6 anos. E meu coração faltou pular boca afora, abracei o livro e te observei por alguns instantes, talvez estivesse com a minha cara de boba apaixonada - e daí?! - Apesar dos nossos olhos não se cruzarem, eu sei que se você notasse minha presença ali, sentimentos guardados por 6 anos aflorariam.

Você não me notou.

Foi embora.

E lá no fundo, bem no fundo, ali no meu "estoque-de-coisas-que-nunca-vou-admitir", tem uma coisa guardada: Você ainda me confunde. 


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